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histórias, crônicas e contos

A terça parte de Zacarias

                                                                           

                                                                                                                              Imagem: Wikimedia Commons

Por: Antonio Mata

Paulinho, aos quatro anos brincava no quintal. Falava sozinho, combinava coisas, contava histórias, ficava surpreso, apostava corridas e brincava de se esconder. Quando terminava, se despedia e voltava para dentro de casa.

— Paulinho com quem você estava conversando tanto, com quem estava brincando?

— Com meu amigo mamãe.

— Seu amigo? E cadê ele que eu não vejo?

— Estava aí fora.

O menino sai por um instante. Olha para um lado, para o outro e depois, como não tivesse visto mais nada, retorna para casa.

— Acho que ele já foi mamãe. Não vi mais.

Andreia, mãe de Paulinho, sai por um instante só para ter certeza.

— Concordo que não há ninguém aqui. Mas, com quem você falava tanto? Vão pensar que você é maluco meu filho.

— Com o meu amigo, mamãe. Quando termina a brincadeira ele vai embora, só isso. Acho que vai para a casa dele.

Pois bem, um dia era o amiguinho invisível dos tempos de infância. Evoluiu para crianças presentes em outros momentos da vida infantil e de adolescentes. Acenam, sorriem, apontam coisas, dizem algo e interagem.

Amigos de outros tempos, além de inimigos que se tornaram amigos, se manifestam abertamente. Seja em sonhos, seja em visões e em comunicações dirigidas aos amigos que estão mergulhados na terceira dimensão, no plano físico.

Vêm sozinhos e às vezes em grupos, ou em grupos onde apenas um é visível. Procuram mostrar um pouco da realidade, do que fora outrora invisível. Deixando antever a crianças e adolescentes, que não estão sozinhos.

Ensinam que apesar de tudo, nós mesmos fomos capazes de fazer e deixar amizades sinceras do outro lado da vida. Amizades que hoje oferecem visitas às mediúnicas sérias da cidade.

Se trazem um olá a uma criança, se é uma menina, as amiguinhas vêm de vestidinhos coloridos. Os cabelos muito bem cuidados. Sorriem, cantam e brincam.

Quando se referem a um menino, estes vêm alegres, barulhentos, querendo se espalhar pelo ambiente e cheios de histórias para contar. Situação difícil, pois as falas, por conta do número de comunicações da noite, são sempre curtas.

Trazem consigo em estado latente e desprendido da camisa de força do corpo físico, as vibrações sadias e límpidas das crianças. Há um colorido manifesto, reluzente, aqui e ali. Resultado destas pequenas centrais de divina força viva, novinhas em folha. Espíritos cheios de fé e vontade, prontos para voltar.

Entre adolescentes as cenas se repetem. Se fazem visíveis sempre que as circunstâncias assim o permitem. Os amigos estão lá. Mesmo aqueles que um dia foram antagonistas, muitos já compreendem melhor os esforços de cada um e oferecem orações e sentimentos de amparo e incentivo a quem continua na camisa de força. Suas energias são boas, são sadias.

Nem só de espíritos deprimidos, tristonhos e abatidos se faz o outro lado da vida. Somos nós que nos preparamos para o melhor, com trabalho, esperança e fé.

O terço constante de Zacarias (13:8), já é dado. Estão do outro lado da vida e irão permanecer aqui na Terra, herdeiros que são. Contudo, o ofertante das Bem Aventuranças, Ele quer mais.

Quer aqueles que ficaram para o final, e os quer em número. Quer que cheguem a 40%. Espera por mais dois bilhões de herdeiros, na última hora, no último minuto, no último momento.

Ainda assim, Ele na sua Real grandeza, quer mais. Até o momento, vê apenas como uma referência. Além destes 40%, ainda espera por mais um. Espera por nós. Anseia por construtores de um novo mundo, uma nova civilização. Uma nova forma de se viver, como jamais se viu na Terra.

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