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terra de espíritos

histórias, crônicas e contos

Apenas brilhava

Por: Antonio Mata

Do alto pôde avistar o objeto diferente. Desceu e procurou se aproximar. Talvez fosse algo novo, no mínimo curioso. Valia a pena enxergar mais de perto.

Tinha uma face mais lisa. Considerando o tamanho todo, parecia um pedaço de rocha, ainda que fosse diferente, com aquela face mais brilhante. Só ligeiramente, o sol é que era forte.

Manejava o troço pesado, imaginando o que pudesse ser. Aquilo não chamaria a atenção de um só. Sem ter pressa, mais um curioso foi se chegando.

Estendeu uma das mãos pedindo o objeto. Queria dar uma boa olhada com ele nas mãos. Sequer foi notado, quanto mais atendido. Não iriam lhe passar nada. Insistiu, estendeu a mão agarrando o objeto.

Estabeleceu-se o conflito. Encolerizado, olhava para seu oponente com ar ameaçador, que por vez, não cedia. Confiava na sua força e tamanho. Não seria a primeiro a resolver o imbróglio por meios muito próprios. Quem insistisse acabaria morto.

Empurrou seu oponente que prosseguia agarrado ao objeto e à sua mão direita. Aquelas sacudidas, cada vez mais fortes, antecediam episódios mais nefastos.

Em um momento de desequilíbrio, viu o objeto ser arrancado de sua mão. Enfureceu-se e avançou batendo com os braços. O oponente não se fez de rogado. Levantou o objeto com as duas mãos e bateu na cabeça do grandalhão com ele.

Uma pancada, duas três. Caiu fazendo um som oco, sem nenhuma mostra de querer se levantar. Certificou-se de que o combate havia, de fato, encerrado

Concluído o episódio, tomou o objeto e olhou, cheirou, se permitiu tocar com a ponta da língua. Tornou a verificar o lado brilhante. Foi quando concluiu que aquilo não servia para nada.

Largou no chão o pedaço de pedra que continha nele um estojo metálico incrustado nele. Satisfeita a curiosidade, saiu dali. Ao lado do objeto incrustado, estava o corpo de seu descobridor.

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