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terra de espíritos

histórias, crônicas e contos

Coisa a toa

Por: Antonio Mata.

Na ponta dos dedos, nas costas das mãos, a textura, temperatura e a aspereza da coisa rústica e simples. Achava engraçado e ria de si. Havia luz ali e podia ver tudo.

Alguém talvez houvesse proposto a título de brincadeira. Da feita que até as pequenas brincadeiras das crianças têm propósitos. Essa também tinha. 

Quando se deu conta, subia e descia lentamente como se estivesse em cima de uma gangorra invisível. Por fim, tudo se deu muito rápido. Com a mesma facilidade com que se iniciou e desenvolveu, achou de acabar. 

Tocou no teto, sentiu a leveza e graça de se mover sem peso. Alguém lhe mostrava o que fazer. Levitar no ar com simplicidade, à mercê dos próprios pensamentos.

Um dia, havia se enchido de coragem. Aprendeu a ficar de pé e a dar alguns passos. A comparação fazia sentido. Com a mesma leveza retornou ao corpo sobre a cama. Rindo à toa e satisfeito, se ajeitou e foi dormir.

Na mente já havia uma espera de estudante aplicado. Simples e autêntica como certas coisas o são. Sair do quarto, da casa, da rua. Então, ganhar o céu. 

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