Foto: Wikimedia Commons
Por: Antonio Mata
Já se recolhiam na pequena cidade. Nas ruas era o quase silêncio, longe dos falatórios e de música tocando aqui e ali. Os mais apressados daquele dia de trabalho, com certeza já estavam em casa, privilégio das pequenas comunidades, poder caminhar sem pensar em engarrafamentos, acidentes e assaltos.
Quem não tinha pressa, gostava de apreciar a noite, ou ainda se atrasou, pôde presenciar algo singular naquela noite de poucas nuvens. Um marco, uma chegada, intencionalmente visível.
Quem viu o quê? Alguém filmou, fotografou? Deu para registrar alguma coisa? Como contar se ninguém puder mostrar coisa alguma. Vão duvidar, vão achar que é brincadeira, gozação, ou simplesmente mentira. Algo tão comum hoje em dia. De tão desgastada que ficou, mudou de nome, agora é fake News. Um estrangeirismo para dizer o que já se sabia há muitos séculos. As pessoas mentem.
O que é que isto tem de tão extraordinário afinal? Então, faria mais sentido no passado do que faria hoje? Resposta: sim, e dependendo dos humores do lugar, ou ainda de quem fosse o seu interlocutor, poderia até lhe conduzir à fogueira. De tão verdadeiro que era.
Assim ficou ridículo, mandar queimar alguém vivo apenas por falar a verdade?
Ora, vai depender do senso de honestidade de cada um. A Inquisição, estabelecida pelo papa Gregório IX, em 1233, a bula Licet ad capiendos, definia o que era verdade segundo suas próprias razões. Esqueceram da honestidade. Licet ad capiendos, significa Permitido ser levado. Era uma autorização para a prisão imediata. O acusado ficava à mercê de seus algozes.
Hoje a divulgação se dá de forma instantânea. Com tamanha rapidez e no relativo anonimato das redes sociais, há quem aproveite para mentir bastante.
Assim, as informações, desde receitas de bolo, até assuntos os mais dignificantes, circulam em meio ao cipoal digital das redes. Vai do juízo e da consciência de cada um. Estas sim, formas honestas de se separar as coisas. Na presença de algo que não se conhece, a primeira providência é conhecer.
Amazônia, o palco dos verões sem fim. Voltavam para casa, em um dia comum, no início de uma noite comum. Ao prestarem atenção no céu, perceberam uma fileira de luzes brilhantes e piscando. Se deslocam sem pressa, como que vindo do lado do rio Tarauacá.
Passa por cima dos observadores. Difícil definir uma altura, porém não parecia ser muito alto, uns 100 metros, talvez. Outros diriam 200 metros, sem que isto não fizesse maior diferença. O fato é que brilhavam intensamente, aumentando e diminuindo de intensidade.
Para quem prestou atenção, pois muitos viram, porém nem todos fizeram os mesmos relatos, logo após a primeira fileira de seis, oito ou dez luzes, dependendo só de quem contou, surgiram duas luzes isoladas, lado a lado. Para quebrar a lógica das observações, ou para confundir mais ainda? O fato é que o conjunto de luzes em formação cruzou sobre as cabeças daqueles observadores, avançando na direção de bairro próximo. Tudo sem perder a formação. Avançando sempre, acabaram por desaparecer.
Esta foi a parte visível.
Aqui e ali, alguém teve a ideia de sacar seu celular e procurar fotografar, ou ainda filmar o pequeno desfile luminoso. Não custou muito, iniciou-se a troca de opiniões.
Eram satélites, por sinal bem visíveis. Nem tanto, lembrariam mais meteoritos, estrelas cadentes. Satélites juntos e enfileirados? Meteoritos organizados, com mais dois fechando a formação? As opiniões se dividiam entre o possível, o divino e o imaginável. Cada um tinha sua própria versão que explicasse o ocorrido tão inusitado.
Foi assim que concluíram aquelas observações noturnas, como costumeiramente acontece. Sem concluir coisa alguma. Chegaram às suas casas, contaram para quem quis ouvir, e a cidade então foi dormir, que era a melhor coisa a se fazer.
As luzes brilham, eventualmente piscam, mudam de cor, se juntam, se espalham, fazem fileiras, circulam em pares, ou criam formas geométricas no céu. Pois é..., as luzes são assim.
Longe dali, em reunião mediúnica, comunicação de conteúdo singular dava ciência de que visitantes de outra humanidade haviam chegado à Terra, na condição de voluntários.
Vinham prestar auxílio à Terra e à sua gente, em momento crítico de sua existência. O grupo extenso iniciaria um ciclo de visitações às localidades do interior.
Poucos dias após, no tempo devido e em desdobramento, o médium é levado a presenciar uma destas visitas.
Uma das naves deixa a formação que naquele momento se fazia visível. Se aproxima da cidade, abandonando a visibilidade.
Conduzido às proximidades, pôde observar que, para além da projeção de luzes muito brilhantes, estando junto da nave, esta era de cor branca. O que aqui se costuma chamar de branco gelo. O formato é circular, aumentando em altura no centro. Pequenas reentrâncias se tornam visíveis, assim como toda a estrutura de uma rampa.
Ao se aproximar do solo, próximo às matas, pairando a cerca de 30 metros de altura, pôde ver uma porta se abrir de onde uma rampa se projetava silenciosamente, em ângulo de 45°, se aproximando do solo.
Um grupo de viajantes deixa a nave. Não teriam mais que um metro, ou 1,1 metro de altura. Ao descerem, caminham uns poucos passos, colocando-se em fileira. São cerca de 30 pessoas. Não foi possível observar quantos permaneceram na nave.
Aquele que parece ser o líder, põe-se de joelhos, abaixa-se e beija o chão. O mesmo chão, o mesmo solo de um planeta prisão, de ar, terra, mares e rios pesadamente contaminados, habitado por uma humanidade marcada por sua rebeldia.
Esta humanidade terrestre, ainda assim, é integrante da mesma Criação Divina que aprenderam a respeitar, entre tantos outros mundos por onde passaram. Humildade e respeito de voluntários que trazem apoio, conhecimento e experiência. Tal é a seara do Cristo, como são as muitas moradas.
Na Terra nunca se esteve só. Sempre estiveram neste mundo, desde o início dos tempos. As luzes brilhavam, brilham agora, e brilharão muito mais.
Possuem pele clara, como um homem da Terra que ficou muito exposto ao sol, com a pele assumindo tons avermelhados. Olhos amendoados, tal e qual os terrestres, porém, a cabeça assume proporções maiores. Não se trata dos seres cuja cabeça lembra uma gota invertida. São de outra humanidade, porém de feições parecidas com as da Terra.
Havia homens e mulheres, cuja fisionomia possuía sempre um aspecto sério. As vestes, muito justas, em tons cáqui. Naquele momento não portavam nenhum tipo de equipamento ou armas. Como se saberia posteriormente, são capazes de grande presença mental, sendo a mente seu principal instrumento, seja para o auxílio, seja para a própria defesa de perímetro.
Aliás, são ótimos defensores de perímetro, silenciosos e compenetrados, atentos a todas as presenças nos dois lados da vida, a exemplo dos espíritos protetores da Terra. São gentis e portadores de uma fala muito tranquila.
Em outro momento, foi possível vislumbrar a atuação destes irmãos, pequenos na estatura, porém enormes no conhecimento e no amor. Foi quando espíritos sombrios nos arredores, buscavam invadir um hospital espiritual, na realidade bagunceiros a serviço de mentes hostis.
Os defensores se acercaram do local, projetando mentalmente ondas de choque que mantiveram os bagunceiros afastados. Enquanto isso, outros integrantes os capturavam, de modo a submetê-los a tratamento, retirando-os da lavagem cerebral, e das ações de força, a que costumeiramente são submetidos, tornando-se verdadeiros escravos.
Naquele momento já se encontravam por toda a Amazônia, apenas para delimitar sua presença e sua área de atuação. Contudo, sendo provável sua presença em todo o país.
Fazem parte do grande esquema de segurança que está sendo montado por conta da época das grandes tribulações, esta cada vez mais próxima, a ser vivenciada por todos os habitantes da Terra. Daí a necessidade de se fazer a defesa de perímetro. Serão muitos perímetros defensivos.
Há de se lembrar que uma parte da humanidade deverá sobreviver, na matéria, de modo a participar da reconstrução do planeta, certamente com o apoio de humanidades mais evoluídas. Os tempos da força bruta, do trabalho conduzido pela força dos músculos está pelo seu término. Daí a necessidade de proteção. Tanto quanto fica implícito que esta proteção não será para todos.
A reconstrução da Terra será rápida e eficiente. Incorrendo particularmente na purificação, do ar, das águas e da terra, livrando o globo das contaminações. Além das mentes que nunca aceitaram este mundo, e o convívio pacífico de verdade.
A reconstrução contará com a participação por mérito, dos Bem-aventurados, naturalmente. Estes serão os aprendizes dos segredos de como se cuidar eficientemente de um mundo, dos dois lados da vida. esta sim, a grande herança que se farão merecedores.
Sábado de sol, amanhece nas terras dos infindáveis verões. Na pequena localidade de beira rio, crianças são reunidas para o desjejum por voluntários dispostos a conduzir mais um grupo de evangelização infanto-juvenil.
A divulgação da palavra que ilumina prossegue. O pequeno grupo de abnegados, ainda que não se lembre dos encontros de orientação oferecidos em espírito, nas horas de sono corporal, também participam dos preparativos para a Grande Mudança. Agora falta pouco, muito pouco. O exército silencioso, citado por Emmanuel, está em marcha.