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terra de espíritos

histórias, crônicas e contos

Não estão sozinhos

Por: Antonio Mata

Todas as ações necessárias haviam sido definidas. Voluntários do mundo físico estavam a bordo, igualmente prontos para presenciar e prestarem o seu testemunho, quando de regresso.

As ações, os planos destinados ao amparo dos demais, no momento devido recebem divulgação. O exército silencioso, opera no anonimato das dimensões. Tanto no mundo físico, como fora dele. Na execução, torna-se onipresente.

A tripulação estava a postos para executar mais uma missão. Entre nós, são conhecidas como missões de misericórdia. Nome absolutamente verdadeiro, de inspiração verdadeira.

Se encaminhavam para os limites entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A esquadrilha posicionou-se em linha. Por etapas sucessivas, executariam um padrão de varredura que cobriria todo o Rio Grande do Sul.

No início da madrugada, com as naves no ar, executaram a primeira faixa. A partir de Torres, limitada a noroeste pelo Morro do Forno, se estendendo por todo o litoral.

A faixa em largura, alcançava Barra do Ouro, Lagoa Capivari, descendo para sudeste, cobria parte da Lagoa dos Patos e todas as terras e localidades do litoral, alcançando Rio Grande, até Santa Vitória do Palma e Chuí.

Era o buffer de atuação. A dimensão da faixa de varredura. Seria repetida sucessivamente, ao longo daquela madrugada, até cobrir todo o estado.

Trabalhadores do Cristo, proveniente das dimensões mais elevadas da Terra, cumprindo plano pré-determinado, traziam grande quantidade de soluções medicamentosas que seriam diluídas em água na quarta dimensão. Este preparo medicinal abasteceu os tanques das naves que cumpririam a missão.

Ao comando do líder da esquadrilha, os tanques foram abertos. Fina chuva fluídica, imperceptível aos olhos humanos, passou a cobrir a terra, rios e lagos. Tão logo se esgotavam, retornavam para novo abastecimento até completar a faixa. A execução de toda a missão se estenderia silenciosamente.

A solução em água fluidificada atendia não somente aos humanos, como também aos animais. Desde os peixes, passando pelos demais animais silvestres, até as criações e animais do campo, chegando aos pets urbanos.

Para os animais, a morte também não é o fim. Significando, mais exatamente, a passagem de um padrão vibratório para outro. Contudo, animais não acumulam dívidas cármicas, de modo que sua passagem se torna muito mais fácil.

Um dia solto nas ruas, outro, recluso nos telhados, empoleirado nas árvores e onde pudesse fugir do afogamento. Foi da sua simplicidade e robustez mestiça, que surgiu a primeira impressão de que algo diferente estava acontecendo.

Olhos de vira-lata diriam. Viu a chuva diferente cair em meio a escuridão. Em seu íntimo inteligente e atento, reconheceu a mudança e tratou de receber as gotículas por sobre seu corpo cansado. Sorriu para o céu e voltou a se ajeitar para dormir. Agora pode chover.

Já no mundo dos homens, cultivaram por muito tempo o sentimento separatista, que se transformou em atitudes de isolamento e exclusão. Sem compreender o seu real papel.

Em meio a conflitos seculares, era preciso assegurar as fronteiras do Sul. Somente um povo brioso seria capaz de suportar as hostilidades em meio à planície. Era seu compromisso de espírito.

Fariam a base, o começo. Afetados de início pela onda de mudanças que chegaria a todos os estados brasileiros. De diversas formas, diversos fenômenos, era o alerta.

De igual modo, muitos, já recuperados de antigos sentimentos de separação, estariam prontos para lutar pela unidade. Um só povo, uma só nação. O brio, a coragem e o espírito de decisão dos históricos guardiões do Sul, passarão a contribuir para a definição do Coração do Mundo, a Pátria do Evangelho.

Não há castigo, nem abandono. Somente o amor de Deus. O que está em curso é uma retomada de consciência. Serão tão importantes no fim, quanto o foram ao começo.

Enfim, o céu clareava sobre o Rio Grande do Sul, anunciando um novo dia, de um novo tempo, cada vez mais próximo.

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