Por: Antonio Mata
Céu encoberto que empurrava a manhã para adiante. Aguardava com luzes apagadas e janelas abertas. Já se vão quinze minutos. Cidade dos homens não quer acordar. Alguém atirou algo em um cão, que agora mostra o seu ganido de dor. Um carro passou.
A passarada não tem realizado a festança habitual das manhãs. Parece até preguiça. Fica estranho, não era assim, nem tem muito tempo. Resolveram se incomodar.
Cinco para às seis horas, foi quando clareou. São as reações da manhã. A estupidez de uns e a preguiça de outros. Ainda assim algumas aves resistem e querem conversar como antes. Talvez, só para relembrar outros tempos.
Preguiçoso de seus pássaros, silencioso de sono, irritado dos homens, sob o ganido de um cão ou nublado do tempo. Foi assim que, de muito empurrado, o dia então nasceu.