Foto: Wikimedia Commons
Por: Antonio Mata
Em pancadas repetitivas, quase monótonas, que acabavam se tornando centenas, milhares, abriam a terra, pedaços e blocos de rocha. É a mina, a jazida.
Não se podia falar em dor, com os golpes da picareta, se estendendo incansáveis. No interior da mina é preciso extrair na força bruta, ao alcance dos olhos, a riqueza que vem do fundo da terra. O ouro, a prata, diamantes inesperados.
Vida de mineiro é exigente em esforço e concentração. Torna-se um criador de cavernas geométricas, organizadas em ângulos retos. Extrair e recolher sempre, até obter volume. Decidido e cheio de coragem, o explorador avança. Não tem céu estrelado nem ensolarado. Só o trabalho contínuo.
A aventura prossegue na superfície, outro desafio, novas formas e cores. É cedo para se deter. Cuidado com os intrusos, pois podem surgir repentinamente de maneira mortal. O desafio prossegue de forma incansável, interminável.
Cuidado com os Creepers, Slimes, esqueletos e zumbis. São sorrateiros e traiçoeiros. Jamais confiar, jamais dar as costas. Farão tudo para prejudicá-lo. Nas minas ou nas selvas das formas quadradas, somente vencerá o melhor.
— Paulinho, você já pode sair da frente dessa tela, ou terei que desligar tudo de novo?
Nossa! A invasão chegou de repente, barulhenta e sem avisar.
— Você já estudou hoje? Já arrumou seu quarto? Já colocou água limpa para o Maneco? Duvido.
— Sim mamãe, já vou desligar.
Vida de mineiro no Minecraft é assim. Tem hora para tomar banho, almoçar, estudar, brincar, dormir. Oh vida, oh céus, tem dia que o Paulinho fica até cansado.