Menu

terra de espíritos

histórias, crônicas e contos

Pedreiro

Por: Antonio Mata

Tanta gente segue para a Europa a passeio e lá apreciam um legado de seus antepassados. Um rastro, tão antigo quanto a civilização. Assim como a história desse aprendizado.

Sem ter quem extraísse e manuseasse aqueles blocos enormes de granito, basalto, os arenitos, os mármores, a história teria sido muito mais difícil. Muitos o fizeram na condição de escravo.

Contudo, havia o desejo de se fazer resistir e durar. Coisa que a madeira, sozinha, não conseguiria fazer. Sem embargo algum. A alavanca, a cunha e o fogo precisavam da madeira. Seguiriam juntos e assistiriam o advento de novos coadjuvantes, os metais.

Repartir em blocos menores. O ponto correto para fracionar em partes menores. Tudo veio com o tempo. Idealizar os formatos. As placas, cunhas, cones, cubos e paralelepípedos.

Saber como cortá-los sem danificar a peça. Dos blocos grosseiros até a superfície polida. É o momento em que a maestria tomaria conta do ofício. Mais que pedreiros seriam mestres. A obra, o canteiro, o seu testemunho.

Ainda que na forma de múltiplas ruínas, às vezes descobertas quando menos se esperava. Terra de espaços até mesmo sobrepostos. Debaixo das ruas, das residências, repartições públicas e por debaixo dos cultivos agrícolas, nas fazendas.

Acorrem à velha Europa para apreciar, das vistosas catedrais às vilas, a moradia do povo simples, das pedras mais baratas e mal talhadas. Lá estão todos os registros do tempo. O trabalho, o valor e a história do pedreiro

Go Back

Comment