Imagem: Wikimedia Commons
Por: Antonio Mata
A intuição, sonhos, até lembranças, quem sabe. Do que mesmo? Quantos lembram? Foi feito para lembrar? Se não foi, haveria de ser para que então? Para marcar.
De natureza íntima, pessoal, o sonho é para quem sonha. Mesmo que não se entenda na hora, vai entender depois. Comumente acabam esquecidos. Quando não se entende, quando atrapalha. Dizia para sair, quando se queria ficar. Para fazer, só que não se queria fazer. Para não deixar, quando se queria partir. Já chegou pronto para ser esquecido.
Não foi assim que se fez? Quem atendeu? Uns dez por cento. Talvez por visar somente estes. Lugar comum dos demais, a acomodação. O nome agora é zona de conforto. Também, só sonha com coisa ruim. Água de coco na beira da praia, esse ninguém contou. É claro, não sonhou. Não é apocalíptico.
Foi assim que a seca chegou, o prédio caiu, a casa inundou, espatifou , a encosta encharcou e deslizou, a terra tremeu, a montanha cedeu, o mar se agitou, a onda subiu e invadiu. O vento soprou sem querer parar. O céu escureceu, antes de desabar em fogo e chamas. Já se ouviu isso antes. Das águas rompendo vidraças, muros e paredes. Tanta gente sonhou tanta coisa, contou tanta coisa. Não se entendeu nada, e assim nada mudou. Só não foi por falta de aviso.