Poderia até passar despercebido o seu propósito. Que, por vez, não era segredo. Mas, não a sua presença. Era mais de vinte vezes maior que o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Vista ao longe, significaria apenas que ainda precisaria caminhar muito até o local de pouso. Era como vislumbrar uma montanha, não fosse pelo formato de cápsula. Daquelas de medicamento. Toda prateada, sem nenhum tipo de detalhe externo.
Lá dentro, poderia embarcar todos os moradores do bairro do Maracanã, além de São Francisco Xavier, Tijuca, Vila Isabel, Jardim Botânico, Mangueira, São Cristóvão, Andaraí e Estácio. Ainda assim poderiam brincar de correr de um lado para o outro, pois continuaria relativamente vazia. O provável é que ficassem cansados.
Já próximo, dava para vislumbrar o movimento intenso. Inúmeros trabalhadores, conduzindo grandes plataformas onde acomodavam a preciosa carga, cuidavam de fazer o carregamento. Nem a nave, nem as plataformas tocavam o solo.
Qual descomunal transatlântico, possuía diversos andares que eram pacientemente ocupados no embarque diário de espécies. Os trópicos, as zonas equatoriais, no universo divino se adaptam, se redefinem. O calor que aquece a vida se repete.
Dê-lhes a benção dos céus, a força motriz deste modelo vivente nas plagas universais, a água líquida. Isto, aliado a uma conformação física adequada e então, se multiplicam para muito além da Terra. As humanidades universais auxiliam.
Este mundo pequeno acolheu vastas florestas que desde então têm oferecido o efeito multiplicador. Tornou-se um mundo ofertante de vida. O viés criminoso foi totalmente humano, por ignorância e por não saber usar sem destruir.
A nave, uma arca estelar distribuindo espécies em pontos específicos. Definindo regiões, implantando futuras florestas. Uma vez completa, a nave gigantesca recebeu ordem de decolar. Para muitos mundos os processos criadores da vida entrariam em nova etapa. A vida, amparada em mãos sensíveis e operosas, iria se multiplicar mais uma vez.