Por: Antonio Mata.
Questiona o esquecimento do passado aquele que não sabe o que é o rancor. Sentimento nocivo, suficientemente capaz de reter a mente aprisionada em episódios seculares.
Cínico, traz os antigos conflitos que deveriam ter sido pensados, superados e esquecidos, para o presente, como se o tempo nunca tivesse existido. Passado que nunca deixou passar.
Quando esse mesmo rancor alcança o exercício de algum tipo de autoridade, seja nos lares, no trabalho, nas atividades profissionais, se mostra como ácido corrosivo por excelência e supera maliciosamente o tempo.
Trava a mente, condicionando-a, promovendo verdadeiras reconstituições nos dias presentes, de episódios de outras vidas. Seja o rancoroso reencarnado ou não. Perdão que nunca se fez.
Assim, embates que pareciam relegados às páginas do passado e registrados nos livros da história dos homens, renascem, ressurgem de repente. Se diria sem explicação, sem razão de ser.
Entretanto, se fazem tão cínicos, nefastos e perversos quanto no passado. É quando o risco se assume com o seu resultado na sucessão das falências morais. Não há moralidade no rancor. Um compromete o outro.
A chaga secular dos homens, tão bem guardada nos esconderijos, nos porões escuros e sujos da alma, vai se manifestar. Armadilha viva que anda e fala. A história vai se repetir.