Por: Antonio Mata.
Razões diversas, motivações diversas conduzem os passos. Observam os que cruzam seu caminho. Circulando, solto, passeando, perdido?
Parasse dessa forma, por estas razões, já seria motivo de satisfação. No conjunto as coisas estariam relativamente bem.
Mas, ora, sabem que não é isso. Um tipo comum na rua, no beco. Em certos tempos quase uma infestação. Não terá sido então, essa mistura de compaixão e desejo de servir? Quem sabe culpa? Por algo que um dia acreditou ser correto.
Às vezes, o que se dispõe é de um espaço exíguo. O que há para oferecer. Não se tornará ali, mais um prisioneiro? Se estivesse fugindo justamente disso? Quem vai saber?
Pequenas tigelas, latinhas, formas de isopor. Até no chão. Aparecem na rua, na praça, no canto. É assim, um jeito simples de oferecer ajuda.
Uns recolhem um, outros dois, outros 160. Então recolhem. É que são muitos nas ruas. Contudo, são muitos os que recolhem. Parece que nunca acaba. Mas também, nunca desistem.
Rogo a Deus por aqueles que, na simplicidade do seu gesto, não esquecem os animais abandonados. Aqueles que ficaram velhos, doentes ou apenas não se quis mais. Servir, as muitas formas de servir.