Por: Antonio da Mata
Retornaram e percorriam o campo já revolto, atento a toda cor, todo contraste, todo brilho, toda luz. De fato, queriam algo próprio, bem definido e específico. Era preciso que fosse assim, por isso voltaram. A verificação e a contagem mais uma vez.
Catadores das ações que se repetem ao longo dos dias, nos campos, nas florestas, montanhas, desertos, cidades e ruas. Ainda que não se saiba, a lição se repete, na busca que prossegue e faz parte da própria existência. A ordem é acompanhar e registrar tudo. Do grande feito ao pequeno gesto.
A busca permanente, depois das ações, os pensamentos e sentimentos. Primeiro imprecisos e toscos, até a leveza, o singelo, a graça e o belo. Separar sempre, observar e buscar.
O que está feito, está feito. A marcha inexorável avança. Ato contínuo, pelos tempos, pelas terras, civilizações, mundos e estrelas. Era momento de voltar e colher tudo o que de bom se plantou. Foi pouco, foi muito pouco, importava mais o significado, mais que o tamanho ou volume.
Ainda assim, aspiravam por mais. O que continua adormecido e muito pouco se percebe. Daí prosseguir, induzir. Fazer avançar.
Ação repetida desde as estrelas, aos catadores de rua, à cata da minúcia que ficou. Na última vez, no último tempo que se deu ao final da última hora. Brilhe a vossa luz.